Introdução Breve: Produção de Gasolina de Alta Octanagem a Partir de Nafta/Condensado
Objetivo: Transformar matérias-primas de nafta ou condensado de baixa octanagem em componentes de mistura de gasolina de alta octanagem, principalmente por meio de reforma catalítica.
Características Principais da Matéria-Prima:
Nafta: Uma fração leve obtida da destilação do petróleo bruto (Unidade de Destilação Atmosférica - ADU) ou de outras unidades, com faixa de ebulição típica de ~30°C a 200°C. Baixa octanagem (RON 40-70).
Condensado: Hidrocarbonetos líquidos muito leves separados da produção de gás natural. Faixa de ebulição semelhante à da nafta, porém frequentemente mais leve, mais pobre (com menos componentes pesados) e pode conter maior quantidade de parafinas/naftênicos. Também de baixa octanagem.
Processo Principal: Reforma Catalítica
O centro da produção de gasolina de alto octanagem a partir dessas matérias-primas é a Unidade de Reforma Catalítica (CRU, sigla em inglês). Este processo transforma quimicamente hidrocarbonetos de baixo octanagem em componentes de alto octanagem.
1. Pré-tratamento da Alimentação (Essencial):
Objetivo: Remover contaminantes (enxofre, nitrogênio, água, metais) que intoxicam permanentemente o caro catalisador de reforma à base de platina.
Processo: Hidrotratamento (Hidrodessulfurização - HDS).
Passos:
A alimentação é misturada com gás rico em hidrogênio (gás de reciclagem).
Passa sobre um catalisador (por exemplo, CoMo/Al₂O₃) em alta temperatura (300-400°C) e pressão (20-50 bar).
Compostos de enxofre (por exemplo, mercaptanas) são convertidos em H₂S.
Compostos de nitrogênio são convertidos em NH₃.
Olefinas são saturadas.
Metais são retidos.
Saída: Nafta/condensado tratado com enxofre muito baixo (<0,5 ppm, frequentemente <0,1 ppm) e nitrogênio.
2. Reforma Catalítica:
Objetivo: Converter parafinas e naftenos de baixo octanagem em aromáticos e parafinas ramificadas (isoparafinas) de alta octanagem.
Reações Principais:
Desidrogenação: Naftenos -> Aromáticos + Hidrogênio (Principal fonte de alta octanagem)
Isomerização: Parafinas de cadeia linear (n-Parafinas) -> Parafinas de cadeia ramificada (i-Parafinas)
Desidrociclização: Parafinas -> Naftenos -> Aromáticos
Hidrocraqueamento: (Indesejado, consome carga) Moléculas grandes -> Moléculas menores + Gás (C1-C4)
Tipos de Processo:
Reforma Semi-Regenerativa (SRR): Leitos fixos de catalisador. A unidade é desligada periodicamente (a cada 6-24 meses) para regeneração do catalisador. Opera em pressão mais alta (15-30 bar).
Reforma com Regeneração Contínua de Catalisador (CCR): O catalisador circula continuamente entre reatores e um regenerador separado. Opera em pressão mais baixa (3-10 bar), permitindo maior severidade (maior octanagem, maior rendimento de aromáticos, mais hidrogênio). Projeto moderno mais comum.
Condições:
Temperatura: 480-530°C
Pressão: 3-30 bar (dependendo do tipo)
Catalisador: Platina (Pt) suportada em alumina (Al₂O₃), frequentemente com promotores como Rênio (Re), Estanho (Sn) ou Cloro (Cl) (bi- ou multimetálicos).
Saída:
Reformado: Produto líquido de alta octanagem (RON 95-106). Rico em aromáticos (Benzeno, Tolueno, Xilenos - BTX) e parafinas ramificadas.
Gás Rico em Hidrogênio: Um subproduto valioso (utilizado em unidades de hidrotratamento, hidrocracking).
GLP: Gases leves (C1-C4) provenientes do hidrocracking.
3. Separação dos Produtos:
Finalidade: Separar o produto reformado dos gases leves e hidrogênio.
Processo:
Estabilizador/Desbutanizador: Remove os componentes leves (gases C4 e mais leves - GLP) do líquido reformado.
Unidade de Recuperação de Gás: Separa o gás rico em hidrogênio dos gases hidrocarbonetos leves (C1-C4). O hidrogênio é purificado e reciclado aos reatores de reforma e ao hidrotratador.
4. Fracionamento (Opcional, porém Comum):
Finalidade: Dividir o reformado estabilizado em cortes específicos de faixa de ebulição.
Processo:
Um fracionador separa:
Reformado Leve: Componentes de menor ponto de ebulição e alto índice de octanas (geralmente ricos em benzeno/tolueno). Pode exigir tratamento para redução de benzeno antes da mistura com gasolina, devido a regulamentações ambientais.
Reformado Pesado: Componentes de maior ponto de ebulição (ricos em xilenos e aromáticos mais pesados).
Produto Principal:
Reformado: O componente principal na mistura de gasolina de alto índice de octanas (RON 95-106). Ele contribui significativamente para aumentar o número de octanas da gasolina final.
Considerações Críticas:
Qualidade da Alimentação: O pré-tratamento é absolutamente crítico para proteger o catalisador sensível de reforma.
Severidade do Processo: Uma maior severidade (temperatura, pressão mais baixa) aumenta a octanagem e o rendimento de aromáticos, mas também aumenta a taxa de desativação do catalisador e a produção de gás (GLP) (rendimento líquido menor).
Catalisador: Catalisadores à base de platina são essenciais para as reações complexas; a regeneração contínua (CCR) permite um desempenho ótimo.
Hidrogênio: Um subproduto valioso, fundamental para outras unidades de hidroprocessamento da refinaria.
Gestão do Benzeno: O reformado contém benzeno. As regulamentações frequentemente exigem que sua concentração na gasolina final seja minimizada, por vezes exigindo tratamento pós-reformador (ex.: saturação do benzeno, extração) ou mistura cuidadosa.
Em resumo: A produção de gasolina de alto índice de octana a partir de nafta/condensado depende de um rigoroso pré-tratamento da alimentação (hidrotratamento), seguido de reforma catalítica, onde catalisadores de platina, sob calor e pressão, transformam as moléculas em aromáticos e parafinas ramificadas de alto índice de octana. A separação e fracionamento geram o reformado, o componente essencial para mistura com alto índice de octana, juntamente com gás hidrogênio valioso.
Item | Rendimento% |
Gás combustível | 2-4 |
Gás liquefeito (GLP) | 35-45 |
Gasolina de alto índice de octana | 40-55 |
Fração diesel | 1-2 |
Gasolina de alto índice de octana
Item | Dados |
densidade, kg*m-3 | 740-750 |
Índice de octana, (RON) | >90 |
Teor de enxofre, (ppm) | <20 (a previsão requer experimentação) |
Teor de aromáticos, m% | 35--45 |
Nota: Conteúdo de benzeno na gasolina de alto índice de octano & gt;1% (estimativa)
Propriedades típicas do gás liquefeito
constituir | dados, V% |
C3H6 | 1-3 |
C3h8 | 40-55 |
C4H8 | 2-6 |
C4H10 | 30-40 |
Principais propriedades do catalisador
Item | Índice |
Forma | Coluna branca |
tamanho, (diâmetro × comprimento mm) | φ(3,0—8,0) |
Resistência à compressão, N/cm | ≥80 |
Densidade aparente, g/cm3 | 680-720 |
1. P: O que são nafta e condensado, e por que são utilizados na gasolina?
R: A nafta é uma fração leve de destilação obtida no refino do petróleo cru (normalmente hidrocarbonetos C5-C12). O condensado é uma mistura muito leve de hidrocarbonetos líquidos (C5-C10+) recuperada da produção de gás natural. Ambos são excelentes matérias-primas para a produção de gasolina, pois contêm hidrocarbonetos de peso molecular adequado que podem ser transformados em componentes de gasolina de alto valor.
2. P: Por que nafta e condensado são particularmente adequados para a produção de gasolina de alto octanagem?
R: Eles contêm quantidades significativas de parafinas (n-parafinas e isoparafinas), naftenos e aromáticos. Por meio de processos catalíticos, como o reforming, naftenos e parafinas podem ser convertidos em aromáticos de alta octanagem (como benzeno, tolueno, xileno - BTX) e isoparafinas ramificadas, que aumentam significativamente a octanagem.
3. P: Qual é o processo principal utilizado para converter nafta/condensado em gasolina de alto octanagem?
R: O Reforming Catalítico é o processo fundamental. Ele utiliza um catalisador (geralmente à base de platina) sob alta temperatura e pressão moderada para rearranjar as moléculas. As reações principais incluem desidrogenação de naftenos em aromáticos, isomerização de parafinas em isoparafinas e desidrociclização de parafinas em aromáticos – todas contribuem significativamente para o aumento da octanagem (RON > 90).
4. P: Toda a nafta/condensado vai diretamente para o reformador?
A: Geralmente não. Primeiramente, a matéria-prima passa por hidrotratamento para remover impurezas como enxofre e nitrogênio, que podem contaminar o caro catalisador de reforma. Recortes específicos de nafta (por exemplo, Nafta Pesada, com faixa de ebulição de ~90-200°C) são frequentemente preferidos para reforma devido ao maior teor de naftenos, resultando em mais aromáticos. Recortes mais leves de condensado podem ser direcionados à isomerização.
5. P: Além da reforma, quais outros processos podem estar envolvidos?
R: Isomerização: Converte parafinas lineares de baixa octanagem (n-pentano, n-hexano) nas frações leves de nafta/condensado em isômeros ramificados de maior octanagem.
Alquilação: Combina olefinas leves (provenientes de FCC, coqueadores) com isobutano para formar parafinas ramificadas de octanagem muito elevada (RON 90-98) (alquilado), frequentemente misturadas à gasolina.
Mistura: Reformado (alto octano, alto aromáticos) é misturado com isomerizado (octano médio, baixo aromáticos), alquilado (octano muito alto), oxigenados (como etanol) e potencialmente gasolina FCC tratada para atender os requisitos finais de octano (RON/MON) e especificações.
6. P: Como exatamente o reforming aumenta o número de octano?
R: O reforming transforma componentes de baixo octano:
Naftênicos (ex.: ciclo-hexano): Convertidos em aromáticos de alto octano (benzeno - RON ~99).
Parafinas: Convertidas em isoparafinas de maior octano via isomerização, ou diretamente em aromáticos via desidrociclo-hidrogenação (ex.: n-heptano RON 0 -> Tolueno RON ~120).
Também produz gás hidrogênio, um subproduto valioso.
7. P: Quais são as principais vantagens de utilizar nafta/condensado para gasolina de alto octano?
R: Matéria-prima abundante: Componente principal da produção de petróleo e gás.
Alta produtividade e qualidade: O reforming produz eficientemente reformado, o componente principal na mistura de gasolinas de alto octano.
Flexibilidade: Diferentes cortes podem ser direcionados para processos otimizados (reforma, isomerização).
Subproduto Valioso: A reforma gera hidrogênio essencial para unidades de dessulfurização (hidrotratamento, hidrocracking).
8. P: Quais são os principais desafios na produção de gasolina de alto octanagem a partir dessas cargas?
R: Qualidade da Carga: A variabilidade na composição (relação nafteno/parafina, impurezas) requer seleção cuidadosa e pré-tratamento (hidrotratamento).
Sensibilidade ao Catalisador: Os catalisadores de reforma são caros e altamente sensíveis a venenos (S, N, metais, água).
Limites de Aromáticos/Benzeno: O reformado possui alto teor de aromáticos e benzeno, sujeito a regulamentações ambientais rigorosas (exigindo saturação ou extração de benzeno).
Severidade do Processo: Reforma com maior severidade aumenta a octanagem, mas acelera a desativação do catalisador (coqueificação) e reduz o rendimento de líquidos.
Custos de Capital e Operacionais: Reforma e unidades associadas (hidrotratamento) representam investimento significativo e custos operacionais elevados.